sábado, 18 de agosto de 2012





o que significa a palavra reformar


  • Renovar ou modificar algo que está velho e desgastado.
  • Pode ser também transformações em instituições da sociedade.



Porque ocorreu a Reforma

  • A crise da Igreja - o conjunto de mudanças ocorridas no final da idade média afetou bastante a igreja.
  • A ascensão da burguesia - durante o renascimento comercial e urbano da baixa idade média surgiu um novo setor social: a burguesia.
  • O conflito entre as as monarquias centralizadas e a igreja - no processo de formação das burguesias com o poder centralizado no rei, desenvolveu-se em diversos povos da Europa com sentimento de pertencer a uma só religiões.



O início da Reforma

   
    Em 1527, o papa Leão X decretou a venda de indulgências, que assegurariam o perdão dos pecados de uma pessoa em troca de uma quantia em dinheiro. O dinheiro seria usado no término da construção da basílica de São Pedro, em Roma.
      Na Saxônia , o monge Martin Lutero revoltou-se com o escândalo das indulgências. Como resposta, ele pregou na porta da catedral de Wittenberg um documento com 95 pontos contrários aos ensinamentos e as práticas da Igreja Católica.
       Recusando-se a voltar atrás na idéia defendida, em 1520 Lutero foi declarado herege pelo papa e excomungado da Igreja. Apoiado por príncipes alemães, ele continuo difundido sua doutrina. Assim começou a reforma protestante.




A Reforma Luterana

      Por volta de 1500, o território que hoje está localizado a Alemanha não formava um estado unificado. Ali existia o Sacro Império Romano-Germânico, dividido em cerca de trezentos principados, ducados, condados e cidades livres. Cada um desses domínios tinha seu próprio governante. Existia um imperador germânico, que era escolhido por um assembléia de nobres que tinha um poder muito limitado. Um terço das terras do Império eram propriedade da Igreja. Sua população era de aproximadamente de, 9 milhões de pessoas.
        O Sacro Império Romano-Germânico havia sido formado no século IX e o Império era considerado o protetor da igreja. Mesmo assim, durante séculos o imperador e papa alternaram alianças e conflitos. No início do século XVI, as divergências tornaram-se muito acentuadas a divisão política enfraquecia o império. O imperador, agindo para centralizar o poder, então entrou em choque com as interferências do papa. Grande parte dos nobres germânicos estimulavam a disputa, ansiando confiscar as terras e os bens da igreja. Os banqueiros e comerciantes também estavam em atrito com o papa. Eles se opunham a transferência de dinheiro e riqueza  da região germânica para a Península Itálica, onde estava a sede. Por seu lado, os camponeses revoltavam-se contra o pagamento de dízimos e outros tributos cobrados pelo clero em resumo, esse conjunto de fatores e a insatisfação geral mostrava um clima propício a reforma.
   
   




A doutrina de Lutero

        A doutrina luterana, a partir da confissão de Augsburgo, assumiu alguns princípios de Santo Agostino, como a predestinação e a justificação pela fé. Para os luteranos a bíblia era autêntica base da religião e, portanto, o culto devia reduzir-se à leitura e ao comentário das sagrados escrituras. Além disso apenas as práticas instituídas por Cristo e por eles transmitidas no novo testamento e que deveriam ser conservadas. 
        Além disso Lutero manteve apenas dois dos sete sacramentos católicos: o batismo e a eucaristia. Ele também negou a infalibilidade do papa, a existência de uma hierarquia dentro da igreja e suprimiu o culto à virgem e aos santos. 
        







Outros movimentos reformistas

      Lutero teve muitos seguidores em várias regiões da Europa. A reforma iniciada por ele abriu caminho para novos movimentos reformadores, como: o anglicanismo e o calvinismo.

> Calvinismo: inspirado no luteranismo alemão, o francês João Calvino publicou, em 1536, uma obra chamada instituição cristã. Nela apresentou os pontos centrais do que, mais tarde, viria a ser a doutrina calvinista. Esse livro foi uma resposta de Calvino a Francisco 1°, rei francês, que perseguira os luteranos. Passado algum tempo, Calvino foi expulso da França.
               Suas pregações obtiveram rápido sucesso primeiramente na Suíça, área que tinha se separado do Sacro Império Romano-Germânico em 1599 e estava imersa nos conflitos entre partidários dos protestantes  e seus opositores. Em 1541, Calvino foi convidado a assumir a posição de chefe político e religioso da cidade de Genebra: aceitou e governou de forma intransigente. Para isso, criou o consistório, orgão que controlava a política, a economia e os costumes dos seus cidadãos,  além de punir as transgressões.
               O culto e as práticas religiosas estabelecidas pelos calvinistas eram simples e rigorosas resumindo-se ao simples comentário da bíblia, as preces e aos cantos.
         Calvino julgava o sucesso econômico um reflexo da predestinação do indivíduo: mercadores, banqueiros e artesões eram vistos como os escolhidos para a salvação eterna. A miséria era uma demostração palpável dos males e dos pecados humanos e devia ser combatida: os indivíduos que não alcançavam sucesso econômico eram marginalizados. Por reconhecer e exaltar o lucro e o trabalho, Calvino passou a ser considerado o pregador espiritual do ideal burguês, conseguindo rápida aceitação dos integrantes dessa camada social EM toda a Europa
                Na  Inglaterra os calvinistas foram chamados de puritanos, os predestinados, e na França, de huguenotes. Em outros países, como Holanda e Dinamarca, o calvinismo ganhou inúmeros adeptos, confirmando o sucesso da doutrina do interesse no progresso econômico capitalista.

> Anglicanismo: Não se sabe exatamente quando o cristianismo se estabeleceu nas ilhas Britânicas, mas é certo que já existia antes do século III, possivelmente a partir de missionários fugidos das perseguições às quais os primeiros cristãos estavam sujeitos. Os primeiros registros da presença cristã naquela região foram feitos pelo historiador e escritor Tertuliano, no ano de 208 d.C. Mais tarde, no Concílio de Artes, realizado em 314 d.C. na França, compareceram três bispos de uma Igreja que existia na Inglaterra sem o conhecimento da Igreja Romana.
A primeira Igreja Cristã organizada nas Ilhas Britânicas é a Igreja Celta. O povo Celta já habitava esta região antes mesmo da invasão anglo-saxônica. Esta Igreja, resistindo ao paganismo destes invasores, conseguiu manter uma Igreja Cristã independente, com organização monástica e tribal, sem nenhuma relação com a Igreja de Roma ou qualquer outra, embora mostrasse alguns hábitos e costumes orientais.
No ano de 595 d.C., o papa Gregório I, também conhecido como Gregório Magno, mandou um grupo de monges beneditinos, chefiado pelo monge Agostinho, prior do Convento de Santo André, na Sicília, para converter a Inglaterra ao Catolicismo. Agostinho foi o primeiro arcebispo de Cantuária (em ingles, Canterbury), que é a Sé Primaz de referência para a atual Comunhão Anglicana, e passou a ser conhecido como Agostinho de Cantuária. Com o tempo, boa parte dos costumes da Igreja celta cedeu à forma latina do cristianismo implantada por Agostinho nas terras inglesas.
Em 1534, a Igreja da Inglaterra se separou em definitivo da Igreja Católica Romana, por iniciativa do rei Henrique VIII, da Casa de Tudor. A princípio havia se mostrado um leal defensor do catolicismo, que fez queimar publicamente os escritos de Lutero. Mas por conta do conflito havido com o Papa Clemente VII, relacionado com o pedido de anulação de seu casamento com Catarina de Aragão, para se casar com Ana Bolena e ter descendentes homens, resolveu romper com Roma. A cisão se deu através do Ato de Supremacia, confiscando todas as propriedades que a Igreja Católica possuía na Inglaterra.
Após a morte de Henrique VIII, a Inglaterra se separou momentaneamente do cisma. Henrique VIII deixou um herdeiro homem, Edward VI, que era protestante. Este teve um reinado curto pela sua morte precoce com apenas 15 anos. Seguindo a linha de sucessão, sua irmã Maria I, filha do primeiro casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão, assume o reinado após a morte de Edward VI. Católica fervorosa, ratificou o Ato de reconciliação da Inglaterra com Roma. Mas o seu reinado foi curto.
A emancipação da Igreja da Inglaterra da autoridade papal, através da iniciativa do rei Henrique VIII, não transformou a Inglaterra num país verdadeiramente protestante, pois a Igreja permaneceu católica quanto à doutrina. Somente no reinado de sua filha, Elisabeth I, a Igreja se firmara no caminho da via média entre catolicismo e protestantismo, característica que mantém até a presente época. Assim, não se pode, historicamente, atribuir a Henrique VIII o título de fundador da Igreja Anglicana.


     Livros
 A Reforma Protestante - Coleção O Cotidiano da História   Autor: Veiga, Luiz Maria
   Editora: Ática
 Lutero e a Reforma Religiosa - Coleção Para Conhecer Melhor   Autor: Klug, Joao
   Editora: FTD
 Do Cativeiro Babilônico da Igreja - Coleção A Obra - Prima de Cada Autor   Autor: Lutero, Martinho
   Editora: Martin Claret
 Da Liberdade do Cristão   Autor: Lutero, Martinho
   Editora: UNESP
 A Contra-Reforma   Autor: Davidson, N S.
   Editora: Martins Fontes
 A Instituição da Religião Cristã - Tomos 1 e 2   Autor: Calvino, Joao
   Editora: UNESP
 Reformas Religiosas   Autor: Luizetto, Flávio
   Editora: Contexto
 Da Reforma a Contra-Reforma   Autor: Seffner, Fernando
   Editora: Atual Editora
 A Contra-Reforma   Autor: Mullett, Michael A.
   Editora: Gradiva
 A Reforma (Coleção História Essencial)   Autor: Collinson, Patrick
   Editora: Objetiva
 Lutero e a Reforma Alemã (Coleção Princípios)   Autor: Randell, Keith
   Editora: Ática



Filmes
 Lutero 
 Ano: 2003
 Direção: Eric Till
 Gênero: Biografia, Religião, Histórico, Drama
 Temas: Reforma Religiosa, Vida de Martinho Lutero
 A Rainha Margot 
 Ano: 1994
 Direção: Patrice Chéreau
 Gênero: Drama, Histórico, Biografia, Romance
 Temas: Conflitos religiosos no século XVI, perseguição religiosa